Os preços do petróleo deram um pulo na terça-feira, com os mercados de olho na crescente demanda da China — o maior comprador de petróleo do mundo — e em possíveis problemas de oferta na Europa no inverno que se aproxima. A situação na Síria, com a queda do presidente Assad, também está na mira, mas parece que o foco principal é outro.
Às 10h43 CST (16h43 GMT), os futuros do Brent subiram 51 centavos (0,71%), batendo US$ 72,64 o barril. Já o West Texas Intermediate (WTI) teve um aumento de 59 centavos (0,86%), chegando a US$ 68,97. Ambos os benchmarks já tinham avançado mais de 1% na segunda-feira, então é uma tendência que vem se consolidando.
O otimismo vem dos relatos de que a China deve adotar uma política monetária “apropriadamente frouxa” em 2025. É a primeira mudança nessa direção em 14 anos, embora ainda não saibamos muitos detalhes. As importações de petróleo bruto da China também mostraram um crescimento ano a ano pela primeira vez em sete meses, com um aumento em novembro em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas, segundo Tamas Varga, da corretora PVM, isso se deve mais à acumulação de reservas do que a uma real melhora na demanda.
Apostas sobem com inverno à vista
Os fundos de hedge estão comprando petróleo baseados na especulação da demanda que se aproxima neste inverno. Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group, comentou: “Os fundos de hedge estão começando a comprar devido à escassez de oferta nos mercados europeus neste inverno.” E a situação na Síria, onde os rebeldes estão formando um novo governo e a indústria petrolífera do país está retomando suas operações, traz uma leve tranquilidade ao mercado.
Yeap Jun Rong, estrategista de mercado da IG, ressaltou que “as tensões no Oriente Médio pareciam contidas”, levando os traders a precificarem o risco de uma repercussão regional maior bem baixo, o que poderia impactar significativamente o fornecimento de petróleo. Apesar da Síria não ser um grande produtor, sua localização estratégica e laços com a Rússia e o Irã tornam a situação mais delicada.
Além disso, se a Reserva Federal dos EUA decidir cortar as taxas em um quarto de ponto percentual durante sua reunião de 17 a 18 de dezembro, isso pode dar um empurrão na demanda por petróleo na maior economia do mundo. Mas a galera ainda está apreensiva, esperando os dados de inflação dessa semana para ver se o corte vai mesmo acontecer. Vamos acompanhar!