Renault manterá motores de combustão mista a etanol no Brasil

A Renault (EPA:RENA) manterá a produção de veículos de combustão movidos a etanol no Brasil, onde nove em cada 10 carros estão equipados para funcionar com uma mistura de gasolina e biocombustível, já que os veículos totalmente elétricos (EVs) precisam de mais apoio governamental, disse o chefe da disse a filial brasileira da montadora francesa na sexta-feira.

“Ainda vale a pena investir em combustão no Brasil”, disse o alto executivo Ricardo Gondo em um evento, acrescentando que a indústria precisará de mais incentivos federais para acelerar sua transição para EV.

A Renault está finalizando um investimento de US$ 2 bilhões de reais (mais de US$ 400 milhões) no país, que inclui uma nova plataforma de veículos a ser produzida em seu complexo industrial no estado do Paraná, que permitiria à empresa produzir motores de combustão nas instalações e “permitir a eletrificação”. , Gondo disse.

A Renault não informou quando planeja fabricar carros elétricos no Brasil, e o único que vende no país – seu modelo Kwid, fabricado na China, que, segundo a associação comercial de EV do país, vendeu apenas dois veículos no mês passado.

A Renault planeja lançar as vendas brasileiras de uma versão elétrica de sua van Kangoo, de fabricação francesa, em outubro, quando também lançará seu SUV com motor de combustão Kardian, que será fabricado localmente.

Enquanto Gondo defendeu os planos da Renault para um “período de transição” para a eletrificação no Brasil, rivais como as montadoras chinesas BYD (SZ:002594), Great Wall Motor Co Ltd, Chery e JAC estão perturbando os fabricantes locais tradicionais com modelos totalmente elétricos vendidos no Brasil.

“O motor de combustão continuará a registar melhorias na eficiência energética”, disse Gondo, acrescentando que o governo deve adoptar quotas para importações isentas de impostos de carros eléctricos para proteger os fabricantes locais que enfrentam produtos altamente equipados importados da China e com preços competitivos.

No início deste mês, o CEO da Renault, Luca de Meo, alertou para uma indústria “muito competitiva” na China e que precisará “recuperar o atraso rapidamente”. A empresa está planejando desmembrar sua unidade de veículos elétricos junto com os parceiros Qualcomm (NASDAQ:QCOM) e Nissan (OTC:NSANY).

Entretanto, o governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva colocou ênfase no combate às alterações climáticas e na reversão das políticas promulgadas pelo seu antecessor, Jair Bolsonaro.