Rússia diz que vai cumprir meta de produção da OPEC+ só no final de 2025 ou início de 2026. E ainda manda um "as sanções dos EUA não afetam nada

A Rússia é um dos maiores produtores do acordo OPEC+, que tenta controlar o preço do petróleo limitando a oferta.

Cada país tem uma cota (um limite) de produção. A da Rússia atualmente é de 9,5 milhões de barris por dia.

Só que eles tão há meses produzindo menos do que deviam (ficaram 70 mil barris/dia abaixo da meta em outubro).

A fala do vice-primeiro ministro Alexander Novak (o cara do petróleo russo):

Previsão: Ele acha que vão atingir a cota só no fim de 2025 ou começo de 2026. Ou seja, ainda vai levar mais de um ano.

Produção atual: Confirmou que a produção em novembro subiu mais que em outubro, mas não o suficiente.

Sanções: Disse que as sanções de outubro contra a Rosneft e a Lukoil não afetaram a produção.

Overproduction: Disse que já compensaram totalmente a superprodução passada e não planejam novos cortes voluntários.

“Sanções não afetam a produção” é a maior mentira contada desde “o cheque tá no correio”. Eles não conseguem atingir a cota justamente porque as sanções estrangularam o acesso a tecnologia e investimento para novos projetos. Esse prazo até 2026 é um pedido de desculpas embutido. Eles sabem que não vão conseguir.

Exatamente. A Rússia está com uma fuga de cérebros e capital sem precedentes. Mesmo que queiram, a capacidade de aumentar a produção de forma sustentável está severamente comprometida. Isso é gestão de expectativas pura.

Isso é, na verdade, bullish para o preço do petróleo. Se um dos maiores produtores do mundo admite que não consegue nem atingir sua própria cota por mais de um ano, a oferta global fica mais apertada do que o combinado. WTI acima de $80 pode virar o novo patamar.