Rússia pressiona por ação do Conselho de Segurança da ONU sobre Israel, Gaza falha

Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU redigida pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário na guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas em Gaza não foi aprovada na segunda-feira, enquanto a votação de um texto rival brasileiro foi adiada para terça-feira.

O projeto de resolução recebeu cinco votos a favor e quatro votos contra, além de seis abstenções. Uma resolução precisa de pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos cinco membros permanentes – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – para ser aprovada.

“Hoje, o mundo inteiro esperou ansiosamente que o Conselho de Segurança tomasse medidas para pôr fim ao derramamento de sangue, mas as delegações dos países ocidentais basicamente pisotearam essas expectativas”, disse o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia. o conselho após a votação.

A Rússia propôs o projeto de texto de uma página na sexta-feira, que também pedia a libertação de reféns, acesso à ajuda humanitária e a evacuação segura de civis necessitados. O texto condenava a violência contra civis e todos os atos de terrorismo, mas não mencionava o nome do Hamas, que matou 1.300 pessoas em Israel no dia 7 de outubro.

“Ao não condenar o Hamas, a Rússia está a dar cobertura a um grupo terrorista que brutaliza civis inocentes. É ultrajante. É hipócrita e é indefensável”, disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.

Ela disse que os Estados Unidos, que tradicionalmente protegem o seu aliado Israel da ação do conselho, “concordam que este conselho deve agir, mas temos que acertar e trabalharemos intensamente com todos os membros do conselho para fazê-lo”.

A votação da resolução rival elaborada pelo Brasil, que condena “os hediondos ataques terroristas do Hamas”, foi adiada para a noite de terça-feira para dar ao conselho mais tempo para negociar.

O conselho se reuniu enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, encerrava uma maratona de reuniões com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv.

Israel prometeu aniquilar o Hamas – que controla a Faixa de Gaza – depois dos seus combatentes terem atacado cidades israelitas, matado 1.300 pessoas e feito reféns no pior ataque contra civis nos 75 anos de história de Israel.

Israel está a preparar-se para uma ofensiva terrestre em Gaza, ao mesmo tempo que submete o enclave ao bombardeamento mais intenso de sempre, colocando Gaza sob cerco total. As autoridades de Gaza dizem que pelo menos 2.750 pessoas foram mortas.