O Senado dos EUA (com maioria republicana, vale lembrar) aprovou nesta terça um projeto que revoga as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.
Essas tarifas foram criadas depois que o Trump declarou uma “emergência nacional” em julho, dizendo que o Brasil estava “politicamente perseguindo” Jair Bolsonaro por causa do processo do suposto golpe de 8 de janeiro.
A votação ficou 52 a 48, com cinco republicanos votando junto aos democratas. O texto agora vai pra Câmara, que também é controlada pelos republicanos — e onde provavelmente vai empacar. Eles já bloquearam outros projetos que tentavam acabar com tarifas parecidas.
O Senado ainda deve votar outros dois projetos essa semana, um pra encerrar tarifas de Trump contra o Canadá e outro contra outros países.
Enquanto isso, o Trump tá em viagem de cinco dias por Malásia, Japão e Coreia do Sul, e ainda vai se encontrar com o Xi Jinping pra discutir comércio com a China.
Os democratas estão dizendo que o ex-presidente tá abusando dessas “emergências nacionais” pra justificar medidas comerciais absurdas, que acabam aumentando preços de comida, energia, roupas e materiais de construção nos EUA.
O autor da proposta, o democrata Tim Kaine, disse no plenário:
“As pessoas estão sofrendo. Estão pagando mais por comida, roupas, energia e saúde por causa da política tarifária do presidente Trump.”
Entre os republicanos que votaram a favor da revogação estão Susan Collins, Mitch McConnell, Lisa Murkowski, Rand Paul e Thom Tillis.
Mas outros republicanos disseram que derrubar as tarifas poderia enfraquecer a posição de Trump em futuras negociações comerciais.
Trump tinha aumentado as tarifas sobre quase todos os produtos brasileiros pra 50% e ainda sancionou o ministro do STF que comanda o caso Bolsonaro, depois que o juiz mandou fazer buscas e restringiu o ex-presidente por suposta tentativa de envolver Trump na conspiração pra impedir a posse de Lula em 2023.