Trump e primeiro-ministro da Austrália assinam acordo estratégico sobre minerais críticos para fazer frente à China

Parece que a nova guerra fria tecnológica está a aqucer.

O Trump e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, assinaram hoje um acordo sobre terras raras e minerais críticos. O objetivo é garantir um fornecimento estável destes materiais, essenciais para tudo o que é tecnologia (telemóveis, baterias, armas), numa altura em que a China está a tentar controlar o mercado global.

O acordo foi negociado nos últimos 4-5 meses.

O Albanese descreveu-o como um “pipeline” de 8,5 mil milhões de dólares “pronto para avançar”.

Cada país vai contribuir com mil milhões de dólares nos próximos 6 meses para projetos conjuntos.

Para além disso, também discutiram o mega-acordo AUKUS de 368 mil milhões de dólares australianos (feito com o Biden), no qual a Austrália vai comprar submarinos nucleares aos EUA em 2032.

O Secretário da Marinha norte-americano disse que estão a trabalhar para “melhorar o quadro original do AUKUS” e “esclarecer alguma da ambiguidade” do acordo anterior.

Isto é um movimento geoestratégico gigante. O que acham?

Isto é um movimento absolutamente crucial. O Ocidente finalmente está a acordar para a sua dependência crítica da China para os minerais do futuro. Sem isto, a transição energética e a indústria de defesa ocidental ficam reféns de Pequim. Um passo na direção certa, ainda que tardio.

$2 mil milhões de investimento inicial direto? Isto vai aquecer o setor de mineração na Austrália e noutros países aliados. Ações de empresas de mineração de lítio e cobalto fora da esfera de influência chinesa devem valorizar.

E o timing? O Trump a assinar um acordo que foi provavelmente preparado pela administração Biden. Ironicamente, ele está a dar continuidade a uma estratégia de contenção à China que criticou no passado. Mostra que, no fim do dia, os interesses nacionais falam mais alto que a ideologia.