Sempre que o governador do BoJ, Haruhiko Kuroda, fala, os mercados ouvem. Na maioria das vezes, entretanto, Kuroda não tem nada dramático para compartilhar. Este pareceu ser o caso novamente na segunda-feira, já que os comentários de Kuroda de que o BoJ não hesitaria em tomar medidas adicionais de flexibilização foram devidamente relatados, mas tiveram pouco efeito sobre o movimento do iene japonês. Kuroda disse que a Covid-19 enfraqueceu significativamente a demanda do consumidor, e ele espera que a taxa de inflação permaneça negativa até o próximo ano. Kuroda procurou tranquilizar os investidores de que o BoJ era flexível e não ficara sem ferramentas de política para combater as consequências econômicas da Covid-19. No entanto, pode-se argumentar que o banco central carece de flexibilidade. Por exemplo, o banco manteve-se obstinadamente preso a uma meta de inflação de cerca de 2%, embora essa meta pareça terrivelmente irreal. Os comentários de Kuroda seguiram um roteiro bem gasto, exceto pelo comentário de que o banco central exploraria ainda mais a introdução de uma moeda digital no próximo ano.
Os investidores continuam a mostrar apetite por risco, e essa postura veio às custas do dólar americano e do iene japonês, que são ativos portos-seguros. A taxa de câmbio para o USD / JPY está muito próxima do que era no início de agosto, já que o iene tem sido incapaz de tirar vantagem da queda do dólar americano. Com a economia japonesa mancando, não há muito para atrair investidores para a moeda japonesa, a menos que o sentimento de risco diminua significativamente.