Venezuela e Guiana se reunirão em 14 de dezembro em meio a disputa territorial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se reunirá com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, na quinta-feira em meio a uma disputa territorial entre os dois países, de acordo com uma carta do primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas.

O anúncio da reunião bilateral ocorreu depois que Maduro conversou com Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, que também atua como presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), e com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres no sábado.

As tensões têm aumentado nas últimas semanas entre a Venezuela e a Guiana devido a uma longa disputa fronteiriça sobre Esequibo, uma área na Guiana onde foram feitas descobertas massivas de petróleo e gás offshore.

O governo da Venezuela disse que a reunião “é para preservar a nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz”.

O Gabinete do Presidente da Guiana confirmou que Ali concordou com a reunião, mas acrescentou: “A fronteira terrestre da Guiana não está em discussão”.

No fim de semana passado, os eleitores na Venezuela rejeitaram a jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) sobre a área, apoiando a criação de um novo Estado.

No início do sábado, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com Maduro e pediu diálogo, dizendo que era importante evitar medidas unilaterais que poderiam agravar a situação.

Lula, convidado para a reunião de quinta-feira como observador, reiterou que o Brasil está pronto para apoiar e acompanhar iniciativas de diálogo, reforçando uma declaração conjunta dos países sul-americanos divulgada no início desta semana.

Os Estados Unidos e o Brasil estão se consultando sobre a disputa fronteiriça Venezuela-Guiana, informou a assessoria de imprensa da Embaixada dos EUA em Brasília.

“Reafirmamos o apoio inabalável dos Estados Unidos à soberania da Guiana”, afirmou o país num comunicado em que afirma que ambos os governos querem uma resolução pacífica do conflito.