O presidente Volodymyr Zelenskiy rejeitou uma iniciativa de paz sino-brasileira para a guerra na Ucrânia como “destrutiva” e reclamou que Kiev não estava envolvida no processo.
A China e o Brasil pediram em maio uma conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e Ucrânia, envolvendo participação igualitária de todas as partes e o que eles chamaram de discussão justa de todos os planos de paz.
“A proposta sino-brasileira é… destrutiva, é apenas uma declaração política”, disse Zelenskiy em uma entrevista publicada na quarta-feira pelo meio de comunicação brasileiro Metropoles.
“Como você pode oferecer ‘aqui está nossa iniciativa’ sem pedir nada de nós?”
Zelenskiy disse que a iniciativa não respeitava a Ucrânia e sua integridade territorial, de acordo com imagens de vídeo publicadas pelo Metropoles, e que o presidente russo Vladimir Putin teve que tomar medidas para mostrar que quer acabar com a guerra.
O líder ucraniano disse que se ofereceu para discutir as propostas com a China e o Brasil.
A Reuters relatou em junho que a China estava tentando alistar nações em desenvolvimento para se juntarem à iniciativa de seis pontos, emitida antes de uma cúpula liderada pela Ucrânia na Suíça.
Putin disse em maio que apoiava as propostas de paz chinesas e sugeriu neste mês que a China e o Brasil, assim como a Índia, poderiam atuar como mediadores em potenciais negociações de paz sobre a Ucrânia.
Um plano de 12 pontos apresentado por Pequim no início da guerra recebeu uma recepção morna na Ucrânia, e os Estados Unidos disseram que a China estava se apresentando como uma pacificadora, mas refletindo a “narrativa falsa” da Rússia e falhando em condenar sua invasão.
As próprias propostas de Zelenskiy incluem a retirada das tropas russas da Ucrânia, a restauração das fronteiras pós-soviéticas da Ucrânia de 1991 e a responsabilização da Rússia por suas ações.
Ele disse que via o governo do Brasil como “mais pró-Rússia”, acrescentando: “É necessário lembrar que o amor da Rússia é temporário e o desrespeito da Rússia pelo estado de direito é permanente.”