Economia chinesa cresce abaixo das expectativas no 3º trimestre

Economia chinesa tem forte desaceleração no 3º trimestre

O desempenho da economia chinesa decepcionou o mercado no 3º trimestre, ficando em apenas 4,9%. Enquanto no 1º trimestre, houve um crescimento recorde de 18,3% em relação ao mesmo período de 2020, no segundo trimestre o crescimento foi de 7,9%, mantendo a expectativa do mercado para um crescimento em torno de 10% no ano.

Porém, mesmo com crescimento abaixo das expectativas no terceiro trimestre, o país asiático ainda manteve o crescimento anual em 9,8%, ou seja, dentro das expectações do mercado. No entanto, há um forte temor quanto ao 4º trimestre, já que vários problemas internos trouxeram muita desconfiança, tanto interna quanto externamente. Apesar dessa desconfiança, mesmo que o último trimestre não seja o esperado, o crescimento deve atingir com tranquilidade a meta do governo de Pequim, que a definiu em 6%.

Alguns fatores foram fundamentais para essa desaceleração. O bloqueio das atividades por conta de uma nova onda de COVID-19, fez com que algumas atividades-chave da economia chinesa fossem interrompidas, principalmente atividades relacionadas ao varejo, o que também deve afetar o desempenho desses setores no 4º trimestre.

Outro fator foi a crise da China Evergrande Group. A gigante da construção civil, que é a segunda maior empresa do mercado chinês, tomou os holofotes do mundo inteiro no mês passado, quando o governo chinês expôs a situação catastrófica da empresa. A empresa possui dívidas de mais de 3 bilhões de dólares e juros acima da sua capacidade de pagamento.

Apesar das dívidas altas serem comuns em empresas desse ramo, o fato dos juros serem além da realidade financeira da empresa, fez com que o governo chegasse a admitir um calote da empresa nos credores.

Com isso, não só a economia chinesa sentiu o impacto, como também todos os mercados do mundo ficaram apreensivos, fazendo com que diversas bolsas tivessem significativas perdas.

Outros fatores como a crise energética no país, provocada em parte pelas medidas mais enérgicas de regulamentação da questão da poluição no país, e a redução nas linhas de crédito que influenciaram inclusive o setor imobiliário, também influenciam nessa desaceleração.

O que mais assusta o mercado nesse momento é o fato da China apesar de ter se recuperado das dificuldades impostas pela pandemia, estar perdendo fôlego em seu crescimento. Esperava-se um crescimento de pelo menos 5,2% neste trimestre, o que acabou não acontecendo.

Diante desse cenário, os analistas esperam números péssimos de crescimento nos próximos meses e, consequentemente, trimestres. Resta saber quais medidas serão adotadas por Pequim para mudar o ânimo do mercado e fazer a economia chinesa voltar ao nível de desenvolvimento pré-pandemia.